terça-feira, 10 de junho de 2008

2º Semestre

1º Ano

Frequências


Fotografia I Entrega do trabalho 17 Junho 10h00 Gabinete

Fotografia Digital I 17 Junho 10h30

História da Fotografia 5 Junho 16h00

História e Teorias da Arte 20 Junho 10h30

Óptica 13 Junho * 14h30 B 257 O 219

Química 16 Maio 15h00

Exames

Fotografia Digital I 30 Junho 10h30

História da Fotografia 26 Junho 10h00

História e Teorias da Arte 2 Julho 10h30

Óptica 30 Junho 14h30 B 257,259,128 O 219

Química 4 Julho 15h00

Exames de recurso

Fotografia Digital I 14 Julho 10h30

História da Fotografia 17 Julho 10h00

História e Teorias da Arte 21 Julho 10h30

Óptica 14 Julho 14h30 B 257,128 O 219

Química 16 Julho 15h00

* Esclarecimento de dúvidas à disciplina de Óptica no dia 12/06 às 17h00, na sala de aula habitual.


2º Ano

Frequências

Fotografia II 5 Junho 18h00

Fotografia Digital II Entrega do projecto 12 Junho 15h00 gabinete

Sensitometria 12 Junho 14h30 O 218

Teorias da Imagem II 6 Junho 14h00 B 256

Sistemas de Captura Digital Entrega do projecto 12 Junho 15h00 gabinete

Exames

Fotografia II 26 Junho 14h00

Fotografia Digital II 23 Junho A 9h00 B 11h00 H 174

Sensitometria 1 Julho 14h30 B 257

Teorias da Imagem II 2 Julho 14h30 B 256

Sistemas de Captura Digital 24 Junho A 9h00 B 11h00

Processos de Impressão em Ouro 23 Junho 16h00

Exames de recurso

Fotografia II 17 Julho 14h00

Fotografia Digital II 14 Julho A 9h00 B 11h00 H 174

Sensitometria 17 Julho 14h30 B 257

Teorias da Imagem II 21 Julho 14h30 O 204

Sistemas de Captura Digital 15 Julho A 9h00 B 11h00 H 174

Processos de Impressão em Ouro 14 Julho 16h00



3º Ano

Frequências

Fotografia III 5 Junho 14h00 Aula

Projecto em Fotografia Entrega 20 Junho Apresentação 27 Junho 9h00

Crítica da fotografia contemporânea 18 Junho 10h00

Gestão de Cor 16 Junho A 9h00 B 11h00 H 174 Entrega 12 Junho 14h00 Gabinete

Exames

Crítica da fotografia contemporânea 25 Junho 10h00

Gestão de Cor 30 Junho A 9h00 B 11h00 H 174

Processos Cromogéneos 23 Junho 10h00 Q 203

Exames de Recurso

Fotografia III 17 Julho 10h00

Projecto em Fotografia 16 Julho 4º ano 9h00 24 Julho 3º ano 10h00

Crítica da fotografia contemporânea 23 Julho 10h00

Gestão de Cor 15 Julho A 14h00 B 16h00 H 174
´
Processos Cromogéneos 14 Julho 10h00 Q 204

terça-feira, 3 de junho de 2008

Conferências no âmbito da disciplina de Projecto

No mês de Maio houve “aulas extra” no nosso curso de fotografia. Daquelas aulas boas, mesmo, mesmo, boas, a não perder, por não serem obrigatórias, onde a matéria é actualíssima, útil e necessária para o nosso quotidiano, enquanto pessoas e fotógrafos. Trataram-se, de conferências com fotógrafos reconhecidos, organizadas no âmbito da disciplina de projecto, do terceiro ano, mas que estiveram abertas a todos os alunos de fotografia e a curiosos. Trouxeram-nos um conhecimento prático acerca da realidade, dos factos vividos na primeira pessoa, exemplificaram o que é conviver com a fotografia no dia-a-dia, sendo independente de instituições como a escola, por exemplo. Serviram para partilhar experiências, visualizar trabalhos, tirar dúvidas, aprender de uma forma dinâmica. Confirmando-nos de que as noites em branco, o cansaço, as impressões mal feitas, as exposições para as quais não fomos seleccionados, são apenas ossos de um ofício que já sabíamos à partida não ser fácil, mas que é o melhor que poderíamos ter escolhido. As conferências tiveram início no dia 9 de Maio com Marta Sicurella, continuando no dia 16 com José Lamas e Valter Ventura finalizando, no dia 30, com Daniel Malhão.


Conferência de Marta Sicurella

No dia 9 de Maio, por volta do meio-dia recebemos a visita da fotógrafa contemporânea Marta Sicurella, reconhecida, por ter ganho o Prémio de Fotografia Pedro Miguel Frade, no Centro Português de Fotografia, por ter participado na 3ª edição da Bienal de Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo, e por expor com alguma regularidade os seus trabalhos. Originária de Parma, Itália, veio para Portugal em 1999, concluiu o curso avançado de fotografia no Ar.Co, esteve seis meses na TEC-TECE, École Nationale de Photographie em França, e mais recentemente, participou na 2ª edição do Curso de Fotografia do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística, do qual resultou numa exposição que inaugurou dia 12 de Maio. Para início de conversa confrontou-nos com duas perguntas simples «Como entendem a fotografia?» e «Qual o papel do fotógrafo em 2008?». Questões às quais poucos foram capazes de responder, no momento, por necessitarem de alguma reflexão prévia, para o fazer devidamente. A intenção da fotografia é, principalmente, registar a realidade, mas «já foi tudo mostrado e desmanchado até ao impossível, o que é que ainda há para mostrar?», perguntou-nos de forma pertinente. Respondeu a esta pergunta com novas perguntas: «Será que temos de mostrar a realidade tal como ela é?», «Já que foi tudo mostrado, não podemos mostrar as coisas de outra forma?». Como seguimento e resposta às perguntas anteriores, explicou que, na actualidade, entende que o fotógrafo tem um «papel mais alargado» quanto ao seu trabalho, mas também, mais «ambíguo» devido ao «excesso de informação» a que temos acesso diariamente e à quantidade de «ficção que se constrói à volta dos factos reais», que é necessário interpretar constantemente. Referiu a tendência crescente em agências que sempre tiveram uma linha mais documental, como a Magnum, de contratar fotógrafos que abordam assuntos pertinentes dando-lhes um toque artístico, fazendo uma «fotografia artística da realidade», como por exemplo, Alessandra Sanguinetti, com o intuito de renovar a nossa memória visual, cansada de «clichés». Mostrou alguns dos seus trabalhos, informando-nos de que trabalha quase sempre em médio formato com película, por ainda não se sentir muito atraída pela fotografia digital. Relativamente às suas paisagens nocturnas compartilhou que «com as longas exposições descobrem-se coisas que os olhos não conseguem ver», obtendo-se uma «fotografia meditativa e não em cima do segundo», a «criação» nasce quando se entrega ao «descontrole», agrada-lhe fotografar espontaneamente. Pelo contrário, quando se encontra em fases de projecto, o seu trabalho torna-se «demorado» e «doloroso». Enquanto esteve na residência artística em França, dissecou a fotografia a tal ponto que lhe ficou o vazio, «se soubermos onde fizemos uma imagem, porquê, para quê, acabamos sem nada, é demasiado racional; é preciso questionar o nosso trabalho de uma forma profunda, mas sem o matar por completo». Para melhor nos elucidar deixou-nos com uma frase de Diane Arbus «A fotografia é um segredo sobre um segredo. Quanto mais nos diz, menos ficamos a saber». Ainda acerca do processo criativo deixou-nos algumas reflexões valiosas que fazem parte da sua filosofia de vida: «Antes de pegar na câmara e disparar o mundo em redor, é preciso olhar para dentro e perceber o que é que nós precisamos.»; «Saber o que não queremos é um ponto de partida.»; «O que é realmente necessário é encontrar o nosso ponto de vista, verdadeiro e espontâneo.»; «Por muito que uma pessoa se odeie, não vai deixar de ser ela própria.». Relativamente ao mercado de arte, confessou-nos de que se trata de um meio insensível e opressor, para o qual é preciso estar bem preparado, pois exige de nós um grande esforço. Por exemplo, «trabalhar com uma galeria significa sermos representados por alguém», o que não significa que sejamos sempre bem representados. Para finalizar a sua intervenção sugeriu-nos que viajássemos muito, participássemos em concursos, seminários, concorrêssemos a bolsas e fossemos sempre bastante activos no que concerne à fotografia, porque é a melhor forma de nos mantermos actualizados, crescer enquanto pessoas, arranjar contactos e maturar o nosso trabalho. «Enquanto estamos fechados no quarto é tudo maravilhoso, mas o mundo não entra aí». Deixou-nos ainda, alguns sites para consultarmos, como: www.resartis.org (uma base de dados de residências para as quais nos podemos candidatar); www.ensp.com (endereço da escola Francesa onde estudou); www.artesideias.pt (site do concurso jovens criadores). Fez também referência ao fotógrafo Simon Norfolk.


Conferência de Valter Ventura e José Lamas

No dia 16 de Maio foi a vez de José Lamas e Valter Ventura partilharem as suas experiências, com um púbico reduzido mas atento a cada gesto e a cada palavra que proferiram. Sempre num tom descontraído e dinâmico, a conversa prolongou-se e só acabou porque a hora de almoço assim o exigiu. José Lamas começou por licenciar-se em pintura na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, mas cedo tomou o gosto pela fotografia e teve necessidade de se dedicar a ela de uma forma mais aprofundada, pelo que se inscreveu no Ar.Co, concluindo o curso avançado. Actualmente concluiu o Curso de Fotografia do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística*. Ganha a vida como arquitecto, mas a fotografia é o meio privilegiado com que se expressa. Valter Ventura é licenciado em História da Arte, mas também teve necessidade de se ligar à fotografia. À semelhança de José Lamas concluiu o curso avançado do Ar.Co, e mais recentemente, o Curso de Fotografia do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística*. É ainda professor de História e Teorias da Arte, Teorias da Imagem no Curso Superior de Fotografia e Fotografia da nossa escola. Conheceram-se no Ar.Co e por sugestão do tutor Nuno Faria começaram a trabalhar juntos, tal concretizou-se e funcionou bem porque ambos «pensam a fotografia da mesma forma» e conseguem «trabalhar enquanto um só». Inicialmente fotografaram-se em estúdio a jogar xadrez, «um jogo que não tem tempo», registando a pausa entre o jogo, aquela altura meditativa em que se antevê as próximas jogadas mentalmente. Procurando registar em película os dois espaços temporais distintos do xadrez, o tempo do jogo visível – a posição que as peças ocupam no tabuleiro – e o tempo do jogo invisível, aquele «que se passa na cabeça do jogador» – a posição que as peças ocuparão no tabuleiro, nas quatro ou cinco jogadas seguintes. Rapidamente trocaram o estúdio pelo exterior, enquadrando-se em paisagens inusitadas, tentando registar o alheamento inerente ao jogo, que parece criar «uma bolha temporal» à volta dos jogadores. Como exemplo do poder com que o xadrez envolve as pessoas referiram Duchamp, o artista que deixou de produzir arte para se dedicar, exclusivamente, ao jogo, por considerar que «Nem todos os artistas são jogadores de xadrez, mas todos os jogadores de xadrez são artistas». Admitiram também que ainda não conseguiram abandonar este projecto e sempre que surge a oportunidade fazem mais uma foto para acrescentar a esta série. Depois de concluído o curso no Ar.Co sentiram a necessidade de continuar a fotografar, os dois fotógrafos voltaram a juntar-se para trabalhar, e a partir dai, grande parte dos seus projectos fotográficos foram realizados enquanto dupla. A sua primeira aparição pública foi no concurso ANTECIPARTE em 2006, o qual resultou na participação num festival de artes performativas. O projecto a Longa Marcha foi pensado para o Escrita na Paisagem, Festival de Performance e Artes da Terra de Évora. Partindo do facto de o ser humano marcar o território na vertical através de marcos, bandeiras ou afins, realizaram uma série de imagens em que dois personagens, representados pelos fotógrafos, arrastam um pau branco ao longo de searas, rios, montes e escarpas de paisagens belíssimas, até a um local específico, não se sabe bem qual, e o colocam na vertical, vendo todo o seu esforço compensado. Depois de concluída a árdua tarefa, a longa marcha chaga ao fim. Para entendermos melhor o conceito deste trabalho aconselharam o visionamento do documentário A Marcha dos Pinguins. Estas fotos foram apresentadas em moopies, espalhados pela cidade, como se de cartazes de apresentação de uma exposição se tratassem, os quais o público descobria com recurso a um mapa. Para o curso da Gulbenkian desenvolveram um projecto fotográfico, juntamente com um vídeo onde abordam o tema Acto Isolado, que pretende retratar profissões estranhas e eventualmente desnecessárias, em que parece não se fazer nada de concreto a não ser esperar que algo aconteça, para se carregar num botão, ao jeito de um Homer Simpson, entregar encomendas cujo conteúdo se desconhece, guardar os pertences de alguém enquanto este visita um museu, etc, que quando vistas isoladamente não parecem fazer sentido algum, mas que funcionam no todo. O projecto foi desenvolvido nas caves da Gulbenkian, aproveitando a luz artificial existente, sendo a primeira vez que desenvolvem um trabalho mais urbano, em que outras personagens se juntam à composição das imagens, para além dos fotógrafos. O seu trabalho tem um tom performativo, na medida em que encenam para a câmara, ficcionando a realidade e fotografando a acção que daí resulta, já foram, inclusivamente, convidados para fazer performances, pois foram confundidos com performers. Uma das suas grandes referências fotográficas é Jeff Wall. Para além disso recolhem influências de tudo aquilo que os rodeia e fascina, incluindo da sua vida: «quando assumimos profundamente que somos fotógrafos, tudo o que se passa na nossa vida pode transformar-se em trabalho fotográfico». Usam especialmente a paisagem como palco onde representam as suas ideias e presenteiam os nossos olhos com belas ironias sobre a condição humana. De momento não se encontram ligados a nenhuma galeria, porque consideram que é um campo algo escorregadio. Apesar de funcionar como uma forma de dar a conhecer o seu trabalho nacional e internacionalmente, e das vantagens financeiras que traz, ainda não sentiram a necessidade de ser representados por uma galeria, porque ainda não lhes faltou trabalho e são livres de fazer o que bem entenderem, desta forma, sem pressões. Vão dando resposta, sobretudo aos convites que lhes são feitos, pois parece-lhes mais conveniente ter um ponto de partida para começar a trabalhar, porém, não se limitam a isso, continuando a trabalhar em projectos paralelos, e a tentar enriquecer os seus conhecimentos no campo da fotografia, motivo pelo qual concorreram ao curso da Gulbenkian. Já próximo do final da conferência, fomos convidados a intervir e a conversa tomou um rumo diferente, mais direccionado para nós, alunos, em que os fotógrafos partilharam opiniões acerca do seu trabalho, experiências, e deram alguns conselhos úteis para a nossa prática fotográfica no futuro. Acerca do Ar.Co partilharam que é uma escola com um funcionamento um pouco diferente daquele a que estamos habituados no IPT, pois não tem avaliações, «faz-se o trabalho há medida que vai havendo tempo», não tem uma componente teórica muito forte e a passagem de ano é feita no final de cada ano lectivo mediante a apresentação de um portfólio. Desta forma há uma grande responsabilização do aluno, este que tem que trabalhar sobretudo sozinho, ser capaz de encontrar o seu ritmo próprio de trabalho, tem uma grande liberdade criativa, sendo orientado basicamente pelo seu tutor. Do concurso ANTECIPARTE tiveram uma experiência muito positiva, pois entre o momento da selecção e da exposição conseguiram produzir algum trabalho novo, ao que parece «as pessoas são convidadas a participar e a produzir trabalho novo para a exposição». Explicaram que as séries não funcionam «como um castelo de cartas em que cada imagem desempenha uma função específica», são imagens pensadas isoladamente que acabam por ter a mesma linguagem e que se encaixam num conjunto. Daí a preocupação com o vestuário das suas personagens, por exemplo, que é sempre neutro e não pretende trazer informação extra à leitura da imagem. Partilharam que é importante ter sempre alguém que veja o nosso trabalho de uma forma objectiva e o critique ajudando-nos na edição do mesmo, porque é quase impossível conseguirmos distanciarmo-nos dele, e para além do mais, «muitos trabalhos vivem do confronto de opiniões» Relativamente às críticas ao trabalho, explicaram-nos que «há questões pertinentes que podem surgir de uma crítica negativa». Em primeiro lugar temos que saber bem o que queremos transmitir com o nosso trabalho, perceber se o conseguimos ou não mostrando-o a outros, comparando a opinião destes com a nossa, concluir o que é que está bem, o que é que falhou, se é necessário repeti-lo, alterando um ou outro pormenor, etc. Contudo, temos que ser firmes nas nossas convicções e não deixar que as críticas influenciem completamente o nosso trabalho, «quando as críticas convergirem nos mesmos pontos» temos que estar alerta, pois é evidente que haja uma razão para isso, mas quando as críticas forem muito díspares, temos que discernir quais é que nos interessa realmente interiorizar, «há opiniões provocadoras, radicais, que servem para sabermos justificar o nosso trabalho». A «honestidade», a «franqueza», o «profissionalismo» são elementos muito importantes para os fotógrafos, no que concerne ao seu trabalho. * O seu mais recente trabalho pode ser visto na exposição que vigora na Sede da Fundação Calouste Gulbenkian, desde o dia 12 de Maio até dia 15 de Junho, na Galeria de Exposições Temporárias, no Piso 01, de 3ª a Domingo, entre as 10:00 e as 18:00, sendo a entrada livre.


Pedimos desculpa pela inexistência do artigo sobre a conferência do Daniel Malhão, mas ainda não se encontra disponível.